Série: “Falsos Mestres e Falsos Profetas”.
Texto: Sergio de Souza.
Falsos Mestres e Falsos Profetas têm características que, se ficarmos atentos, os denunciam. Eles, certamente, têm mais do que uma das características a seguir:
- Pra começar, eles dizem que a fórmula, o método, a revelação, a visão, deles é a certa e que Deus a deu pessoalmente. As outras são, no máximo, muito inferiores. Parece ser a síndrome de Moisés, a quem Deus entregou as tábuas da Lei. Quer dizer que Deus ficou praticamente dois milênios antes de liberar o “pulo do gato do Evangelho”?
- Não gostam de pessoas inteligentes. Quem faz perguntas e questiona é considerado rebelde, intrometido. Para eles, quem faz isso é movido pelo espírito da rebeldia e não está dando a devida honra a seu líder. Citam, também aqui, Moisés como exemplo de líder que não deve ser questionado, sob pena de, quem o fizer, ser duramente castigado por Deus, preferencialmente com morte horrível. Terrorismo Gospel!
- Não gostam de ser questionados, não gostam de dar explicação. Quando alguém questiona, citando um texto bíblico, o máximo que eles fazem, ao invés de dar a base bíblica, é citar um livro qualquer. Claro que um livro que corrobora seus errados ensinos.
- Alguns, quando são questionados, não dão explicação da fundamentação bíblica, mas dizem que o apóstolo XYZ, o “paipai”, superior a eles na pirâmide, disse que isto é da forma que é ensinada.
- Dizem que a Bíblia é sua regra de fé e prática, mas, na prática (e às vezes dizem) só vale a interpretação deles. Dizem que a Bíblia deve ser interpretada literalmente, mas sequer obedecem a lógica de interpretação que daria a resposta, por exemplo, alguns versículos antes, ou depois. Exemplo: “todas as coisas” ou “estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:25-34). O “literal” destes falsos mestres, quando leem o texto e veem que não tem o “todas”, quer dizer que Deus dará “tudo”. Porém, para quem lê todo o texto, é fácil saber que Jesus falava sobre comer, beber e vestir. Atenção! O Fiat 147 e a Ferrari não estão incluídos aí.
- Encostam, ofuscam, lideranças que podem lhes fazer sombra.
- Não gostam de delegar e o “discípulo” vai ter que sempre dar satisfação ao seu líder, mesmo que suba na “pirâmide numérica”. No esquema deles, Billy Graham daria satisfação até morrer àquele seu primeiro “líder de célula”.
- Não confiam em ninguém, pois, normalmente, saíram brigados (rebelados – espírito de rebelião que eles tanto condenam) de outras igrejas para iniciarem suas visões ou, pior ainda, roubaram modelos de franquia evangélica. Por isso, inventam “unções de honra ao líder” para não correrem o risco de tomarem o mesmo golpe que deram.
- Não dizem, mas formam estruturas para que o “sem mim nada podeis fazer” aplique-se a eles. Extremamente centralizadores e onipotentes.
- Batem papo durante muito tempo, nas reuniões (aquilo não é culto), com um suposto espírito maligno que está a subjugar alguém, para demonstrar poder e, depois de conseguir dar um bom show, dizem a palavra mágica e, claro, o tal demônio vai embora.
- Não prestam contas do dinheiro arrecadado e administram este dinheiro como se deles fosse, comprando coisas não ligadas à atividade da igreja, vivendo como reis e, quando questionados, dizem (quando respondem) que, por exemplo, o rei Davi vivia com muito luxo e eles, como este, governam. Quem administra dinheiro de doação, de contribuições, de ofertas, por princípio e por honestidade, deve prestar contas detalhadas.
- São judaizantes. Isto é fácil de explicar. É mais fácil subjugar o povo usando a Lei do que usando a Graça. Dizem, e ensinam, que estão na Graça, mas não podem dispensar aquela parte da Lei que interessa a eles, especialmente quando se trata de fardo, de jugo, de poder e de dinheiro. Fazem de conta que Atos 15 e a Carta aos Gálatas não existem, ou dão interpretação diferente da verdadeira a estes textos.
- Mandam, como se estivessem (será que não?) à frente de um grupo de pessoas que não pensam, que a plateia repita o que eles dizem ou que se vire para o vizinho mais próximo e repita o que eles mandarem… Zé Ramalho explica: vida de gado. É o Zika-Vírus Gospel.
- Mandam você profetizar que vai acontecer profetize xyz, irmão), dizem que sua palavra têm poder, que vai acontecer, que o poder da morte e da vida está na sua língua (texto fora do contexto).
- Usam os não fundamentados “atos proféticos” para demonstrar poder. Estatisticamente uma parte deles dá certo, pois no meio de várias previsões até a cigana acerta uma. A maioria não funciona e ninguém confere ou lembra de conferir, afinal eles têm a fama de infalíveis, ungidos, profetas, etc.
- Comercializam tudo. Venda de tijolinhos, de vassoura, de óleo ungido, de água de Israel, de mezuzá, etc., são normais nestes supostos templos. Vale tudo pra tirar o seu dinheiro. São os Vendilhões dos Templos Gospel.
- Vendem “cobertura espiritual” (que, mesmo de graça não tem fundamentação bíblica) a igrejas menores que, enganadas, acham que não podem subsistir só com a cobertura de Jesus. Uma porcentagem do total dos dízimos ou, o dízimo do pastor e da sua esposa (o que for maior) deve ser entregue ao que dá cobertura e a sua esposa. Este dinheiro, normalmente, não passa pelo caixa da igreja que “dá a cobertura”, pois ela não é da igreja, mas do seu líder, o apóstolo.
- São adeptos de alguma fórmula mágica de multiplicação, qualquer tipo de multiplicação:
- Teologia da Prosperidade – Dê (para o líder) e receba (de Deus) “x” vezes mais ou, ainda, se não ofertar o Diabo vai acabar com sua vida financeira e Deus não poderá fazer nada (aí entra a, também inventada, “legalidade ao Diabo”), porque você não foi fiel ou, ainda, se você der seus dízimos e suas ofertas terá somente o básico, para ter o “sobrenatural” é preciso dar mais, mais, mais. É o Cassino Gospel, ajudado pelo Terrorismo Gospel.
- Confissão Positiva – Você pode determinar, ordenar, decretar e Deus, coitadinho dele, é obrigado a fazer porque, afinal, de que vale a vontade dEle? Tem que saber ordenar a Deus e/ou manipula-lo.
- Fórmulas importadas, de outros países ou de outras religiões, para crescimento, para multiplicação do que eles chamam de igreja. Trazem um pacote pronto da Opus Dei, que existia desde o século XVI e dizem que foi uma nova visão. Trazem da Colômbia e da Coréia, algo que eles já havia sido importado da Opus Dei.
Na verdade a Igreja deve preocupar-se mais com os Falsos Mestres, pois são os ensinos deles que fazem com que as pessoas fiquem subjugadas e não tenham uma fé genuína. Podem usar estes ensinos em formato de Profecia e, aí então, transformam-se em Falsos Profetas. Mas, na essência, quando Jesus disse que surgiriam Falsos Profetas, falava com Israel, pois, afinal, quem é mesmo que espera O Profeta, o Messias, O Ungido? Surgirão muitos dizendo “eu sou o Cristo”. Igreja não espera Profeta, mas é ensinada por mestres e, quando eles são falsos, o resultado é desastroso.
Então vem a pergunta: Mas por que o povo cai na conversa deles? Os motivos são muitos e os principais parecem ser a falta de conhecimento e a carência por bênçãos imediatas.
Se você estudar, por exemplo, sobre profecias catastróficas, sobre o fim do mundo, verá que pessoas com más intenções enganaram a muitos e os fizeram, inclusive, vender todos os bens (e, claro, entregar o dinheiro a eles) porque o fim se aproximava.
Na data em que este artigo está sendo escrito, já foram postados diversos casos, em http://www.endtime.com.br, menu “Falsas Profecias”. Visite e leia.
Em outros artigos daremos outras fundamentações bíblicas contra os ensinos destes lobos vestidos de líderes religiosos.
Acompanhem!
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